terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pintassilgo...

No passado fim-de-semana fui presenteado com um bilhete para o Porto – Guimarães.
O Porto é o meu clube de sempre e nem sequer imagino como será ser adepto de outro clube, nem imagino e tão pouco quero imaginar… prefiro continuar nesta ignorância positiva.
Por força das circunstâncias vi-me obrigado a deslocar-me ao “Olimpo” de transportes públicos, mais concretamente, Autocarro.
Para que não possa ser mal interpretado pelos “amigos do ambiente”, quero referir que sou a favor dos transportes públicos em geral… com a excepção dos “Autocarros V....”.
Toca a vestir-me a rigor… isto é, um casaco quentinho, para o caso de correr aquela brisa… e o meu cachecol que já conheceu tantas alegrias nestes últimos anos
Entro no autocarro, que diga-se ia já bem composto e… um lugar de vago, cá vou eu.
Ainda não tinha pousado o cú no banco e o cavalheiro que iria repartir o tão confortável assento comigo já estava a meter conversa. E vai daí:
- Então vai ver o Porto???
Pensei eu. Não. Vou me enforcar… como não tinha corda resolvi trazer este cachecol.
Mas não, cordialmente sorri… e soltei um singelo: Vou.
Mas o homem queria luta. E vai daí:
- As coisas andam más…
E como o homem parecia ter na boca um cabaz de peixe em decomposição, eu cordialmente sorri… e soltei um singelo: É.
Tinham passado apenas dois segundos e quando acreditava que o tinha demovido de prosseguir com a conversa, o querido avozinho, espeta a faca até à espinha…
- Eu sou do Leixões, aquilo é que foi um jogo.
Voltou-se para a janela, sorriu e não deu qualquer hipótese de resposta!!!
Melhor assim, talvez tivesse vomitado meio autocarro se ele continuasse a falar.
Entro no estádio “apertado” e para evitar as filas do intervalo, vou ao WC, que apesar de ainda faltarem uns 20 minutos para o inicio da partida já registava um “tráfego” acima da média… tudo ocupado e eu quase a soltar a primeira pinga na cueca!!! É que os “artistas” vão para os WCs recriarem-se, fazendo desenhos com o seu xixi… em vez de se aliviarem e darem de frosques para que outros possam convenientemente “mudar a água às azeitonas”.
Apesar do lugar em sorte ser quase nas nuvens, não há que reclamar… a cavalo dado…
Alapo a peidola no banco… coloco os “é de fones” para conseguir perceber quem é quem lá em baixo… aguardando pacientemente o inicio da partida.
Entretanto, vejo aproximar-se o meu “companheiro de carteira”… mais um querido avozinho!! Aumentei o volume e tentei passar despercebido… uma certeza eu tinha, este era do porto e supostamente não deveria ter engolido a Lipor.
Começa o jogo e antes da bola percorrer uma dúzia de metros, já o simpático senhor, não parava quieto!!! A páginas tantas comecei a temer pela sua saúde… sempre na expectativa de: É agora que lhe vai dar o enfarte!!! Mas não, lá se aguentou o jogo todo…
Para emoldurar este momento resolvi registar em vídeo o simpático senhor, para quem envio cumprimentos no caso de ser um leitor assíduo desta obra prima da literatura que dá pelo bonito nome de: Pedalo pela Cidade.

(VIDEO TEMPORARIAMENTE INDISPONIVEL)

No regresso, de papo cheio… tive de enfrentar mais uma terrível viagem, desta vez de pé!!! Autocarro apinhado, nem espaço tinha para quem quisesse largar uma bufa!!! Se bem que o odor no interior do veículo fosse semelhante ao odor das retretes nos festivais de verão!!!
30 minutos depois, Valongo. Quase tive vontade de beijar o chão quando saí do autocarro.
Tão cedo não me apanham num autocarro… a não ser que me queiram oferecer um bilhete para o próximo jogo.

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